A BIBLIOTECA QUE INFLUENCIOU PROFUNDAMENTE O MUNDO

Em dezembro, se
comemora o Dia da Bíblia, o maior livro do mundo, e o mais traduzido
até agora, e o mais lido, escrito por cerca de quarenta autores, nas
mais diferentes regiões, nas mais diferentes circunstâncias. FOI O
PRIMEIRO A SER IMPRESSO POR GUTEMBERG. É chamado por muitos nomes,
entre eles, de o “Livro dos Livros”, a “Bússola Eterna”, e
está cheio de riquezas tanto históricas, quanto geográficas, e,
principalmente, literária, só falando do ponto de vista secular.
Foi lendo ela que Lutero fez a Reforma Protestante, e foi traduzindo
ela para a língua alemã, incipiente, que ele enriqueceu esse
idioma.
Começa com Gênesis,
o livro dos começos, onde se inicia a história dos hebreus,
começando com a chamada de Abraão, de Ur dos Caldeus, terra de
Ninrode e Semíramis, e também fala dos povos que começarm a
habitar essa região. Quem não se lembra da história de José, que
virou filmes e seriados? Emocionante. A história de Jacó e Isaque,
descendentes de Abraão. Lá fala-se do início dos árabes, filhos
de Ismael, descendente de Abraão com Cetura, uma de suas mulheres.
Israel veio de Isaque, e foi levado para o Egito, onde, através de
José, governou esse país africano, sob os hicsos, povo que não era
acreditado que existiu, mas foi comprovado, depois, pela arqueologia.
Vem, depois, Êxodo, o livro da saída do Egito, onde é lido que
Deus enviou dez pragas contra Faraó, ou Casa Grande, o significado
desse nome, na mitologia egípcia, representante do deus Rá. Nele,
se institui o pacto entre o povo escolhido e Deus, e é dada a Lei de
Moisés, que até hoje tem influenciado a humanidade, incentivando o
respeito ao próximo, ao amor, e mostra como se deve ser administrado
um povo. As riquezas do estilo de Moisés até hoje impressiona. É
nesse livro que a Páscoa é instituída, como lembrança do
livramento dessa escravidão de quatrocentos e trinta anos. Depois
vem Levítico, com seus preceitos religiosos, os detalhes do
sacerdócio levítico, os animais que não se deviam comer, as turmas
do sacerdócio, continuando os últimos capítulos de Êxodo. Levítico
é uma preciosidade, pois fala dos sacrifícios com detalhes
impressionantes, figurando a vinda de Jesus. Números, conta todas
as tribos, desde que saíram do Egito, onde ha relatos que arrepiam,
como a condenação de Coré, Dotã, e Abirão, que se rebelam contra
Moisés. Finalmente, a terra prometida foi, pela primeira vez, vista
pelos hebreus através de doze espias, os quais trouxeram não boas
notícias para os que estavam esperando, vindo daí vários castigos.
Alguns reis que ficavam à margem oeste do Jordão foram vencidos, e
a terra começou a ser povoada pelos Hebreus. Em Deuteronômio,
repete-se as leis dadas no Sinai, e aos israelitas são lembrados
de tudo que passaram até aquele tempo, cerca de quarenta anos.
Moisés vê a terra num monte, e morre. Josué lidera o povo. Os
relatos são objetivos, prendem a atenção da gente. Os detalhes
geográficos, os animais falados, a terra, os costumes de muitos
povos que pensavam não terem existido, como os hititas, ou heteus.
Depois vem Josué,relatando as conquistas, dando detalhes dos povos
que habitavam aquela região, os Amorreus, Girgaseus, Ferezeus, entre
outros. A terra é dividida, começam a vir as colheitas, e o povo
começa a crescer, cumprindo-se as promessas feitas a Abraão, Isaque
e Jacó. Os detalhes, os relatórios, a organização do exercito, e
as estratégias, fariam inveja a qualquer Alexandre Magno, Júlio
Cesar, e Napoleão. Esses são os seis primeiros livros bíblicos.
Juízes vem depois,
contando os altos e baixos do povo de Israel, onde ele começou a
adorar outros deuses, como Baal, Astorete, entre tantos deuses
daqueles povos, aculturando-se. Mas, em todos esses relatos de
guerra, sempre se levantava um herói e livrava eles; verdadeiros
generais; tanto julgavam, quanto lideravam o exercito. Vem, depois,
Rute, os livros de Samuel, Reis, Crônicas, os livros que falam do
retorno da escravidão em Babilônia, como Neemias, e Esdras, tendo
correlação com os livros proféticos de Ageu e Malaquias.
Os poéticos são os
mais lidos, como os salmos, hinário de Israel, de uma riqueza
literária vastíssima, poesia de caráter semítica, metáforas
grandiosas, como nos Salmos 23, 46, 91, entre outros. A prosopopeia
de Provérbios, no capítulo 8, onde a sabedoria se personaliza,
convidando todos a beberem de seu néctar. O existencialismo original
de Salomão, em Eclesiastes, onde tudo é “vaidade e aflição de
espírito”, aproveitado depois, por filósofos contemporâneos,
como Schompenhauer. Jó é uma obra-prima literária, servindo de
modelo para muitos livros mundialmente famosos, com a Divina Comédia.
A poesia corre solta em Jó, e as figuras de linguagens são umas das
mais ricas da Bíblia.
Em seguida, vem os
proféticos, desde Isaías, estadista, poeta, profeta, e que teve e
tem até hoje grande influência nas profecias bíblicas. Sua verve
era rica, usando um hebraico erudito, com palavras raras. Os
capítulos mais famosos são o 35, 53, 61, 60, 63, entre outros.
Jeremias, vem após, o profeta chorão, cujo livro não está em
ordem, mas tem um estilo forte, e rico, como Isaías. São cinco
livros chamados de profetas maiores, e outros 12, chamados de
maiores, por causa da quantidade de palavras no hebraico. Esse
profeta viu a primeira diáspora de Jerusalém.
Há um intervalo de
quatrocentos anos, depois vem Jesus, dividindo a história, tendo
quatro biógrafos, Mateus, um discípulo seu, que escreveu para os
judeus, explicando com detalhes, os costumes de seu povo, mostrando
ele como filho de Deus, descendente de Davi. Juntamente com Marcos e
Lucas, que são chamados de evangelhos sinóticos, por conterem
vários relatos semelhantes. Lucas foi escrito num grego difícil,
rico, endereçado a um certo Teófilo; juntamente com o livro de
Atos, que é a continuação do evangelho de Lucas, Teófilo, um
nobre,é o homem para o qual Lucas escreveu a história de Jesus,
com detalhes que não tem em nenhum outro evangelho.
Após esses, vem as
cartas de paulo, começando por Romanos, e indo até Filemon, que
conta a história de um escravo fugido, pelo qual Paulo intercede, o
que era algo novo, pois no Império Romano, ninguém faria isso por
um escravo, chamando-o de irmão; nisso, a Bíblia contribuiu para o
respeito e amor ao próximo, e mesmo aos inimigos. Se um livro tem
influenciado a humanidade para o bem ,esse foi a Bíblia, nos seus
sessenta e seis livros. No Novo Testamento há relatos detalhados de
costumes do mundo romano, das nações, da geografia, da filosofia
greco-romana, uma riqueza impressionante, e mesmo dos governantes da
época, como Herodes o Grande, e seus filhos, que governaram, depois
de sua morte, em tetrarquia, sob o Império Romano.
Mais na frente tem a
Carta aos Hebreus, num estilo único, riquíssimo em termo literário,
cujo escritor estava impregnado com a cultura helenística, pois sua
retórica mostra isso. É uma carta dirigida aos judeus convertidos
aos cristianismo, que enfrentavam perseguição por causa disso. A
Bíblia usada na época, o Velho Testamento, era a Septuaginta,
traduzida do hebraico em Alexandria, onde havia a maior biblioteca do
mundo, um grande centro cultural, como Atenas. Ha, também, a carta
universais dos apóstolos Pedro, Judas e Tiago,esses últimos,
irmãos de Jesus, e o apóstolo João, que escreveu o Apocalipse, uma
profecia do Novo Testamento, onde está prescrita a derrocada de
todos os poderes humanos e a vinda do Messias, para julgar as nações
e dar a cada um segundo a sua obra. É o livro mais profundo da
Bíblia, tendo, por vários séculos, sido alvo de controvérsia
profundas, por causa do simbolismo de sua linguagem.
Não pretendi, aqui,
explicar a Bíblia, mas tentar mostrar, nessas poucas linhas, a
grandeza histórica e literária desse grande livro, até hoje lido e
traduzido aos milhões, pela SBB (Sociedade Bíblica do Brasil) e por
outras sociedades britânicas e europeias, e no mundo todo. Parabéns
à Bíblia.
por Leo Nardus
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