A CORRELAÇÃO HISTÓRICA DOS LIVROS PÓS-EXÍLICOS E DOS LIVROS DE ESDRAS, ESTER E NEEMIAS

Resultado de imagem para história de esterOs eventos narrados no livro de Ester ocorreram entre os capítulos 6  e 7 de Esdras e 30 anos antes de Neemias. É interessante isso, e a maioria das pessoas que pregam usando este livro, não menciona ou não sabe isso.
Outra coisa muito importante, é notar que o autor tinha muito conhecimento sobre os costumes judaicos e o palácio, pois dá detalhes bem certos sobre essas duas coisas.
É lendo o livro de Ester que ficamos sabendo sobre a origem da Festa do Purim, que é comemorada até hoje pelos judeus. 
Há cinco personagens principais no livro: Ester, Mardoqueu, Assuero, Hamã e Vasti, a rainha deposta do império persa.
Apesar do livro não mencionar Deus, se vê a providência dele em todo o livro através dos eventos narrados. É importante mencionar que este livro é o último livro do quinto rolo sagrado, a terceira parte, chamado de Hagiógrafo, escritos sagrados.
Não há alusão deste livro no N.T., mas ele prefigura o que iria acontecer no futuro, quando Israel foi saqueado e grandemente prejudicado por Antíoco Epifânio, uma figura do Anticristo.
O livro de Ester e sua história é um dos mais falados e mais mamados da Bíblia. Vale a pena ler e estudar ele.
Em relação a Esdras, os eruditos acham que foi ele quem escreveu o livro que leva seu nome, 1 e 2 Crônicas, e Neemias. No original, 1 e 2 Crônicas eram juntos, como também Neemias e Esdras, mas na tradução feita por Jerônimo, foram separados. Isso influenciou até mesmo a Bíblia hebraica.
A tradição ainda afirma que foi Esdras quem coligiu todos os os livros do A.T., organizou ele do jeito que a Bíblia hebraica está. É claro que isso é verdade, mesmo que não seja algo acreditado por muitos eruditos.
É interessante a relação que esses livros históricos e os pós-exílicos têm um com o outro, pois a volta dos judeus para Jerusalem aconteceu em três levas, da mesma forma, eles voltaram em três levas, e Esdras fala de duas delas, que ocorreram durante o reinado de Ciro, Artaxerxes, e e Dário. A última leva é descrita no livro de Neemias. 
Em Esdras há cinco figuras importantes: Ageu, Esdras, Zacarias, Zorobabel e e Josué, o governador antes de Neemias.
Para escrever seus livros, Esdras se baseou nos arquivos oficiais (1.2-4; 4.11-22; 5. 7-17; 6.1-12).
O livro de Esdras divide-se em duas partes: 1-6, que fala do primeiro grupo de exilado de judeus  que volta para Jerusalém; já a segunda parte 7-10, fala do segundo grupo que voltou para Jerusalém sob Esdras.
É bom frisar que cerca de 50000 judeus voltaram na primeira leva. No capítulo 3, Josué e Zorobabel mobolizam o povo para reconstruir o templo.
Há um intervalo de quase 60 anos entre  os capítulos 6 e 7, e o tempo total do livro de Esdras chega a 80 anos. Muito tempo.
Esdras encontrou uma apostasia geral entre o povo, depois de tudo o que eles passaram no cativeiro, e que isso foi um dos motivos que levou Deus a castigar o povo.
Enquanto Esdras enfoca o templo, Neemias enfoca o muro. Cada um fez uma obra importante para Deus e para a cidade.
Neemias governou doze anos e foi ajudado por Esdras. O muro foi feito em 52 dias. Tempo record.
Para quem duvida da historicidade dos livros da Bíblia, o livro de Neemias foi confirmada em 1903, em documentos antigos, descobertos em Elefantina, e nele foi lido os nomes de Sambalate, Joanã, e  da substituição de Neemias em 410  a C. A história sempre confirma a Bíblia.
Os capítulos 1-7 falam do desempenho de Neemias como governador. A segunda metade do livro narra a restauração espiritual em Jerusalém e seus problemas nacionais. Neemias é mostrado no livro como um homem de oraçao, assim como Esdras, por isso que teve vitórias. Um exemplo para todos os servos de Deus.
O capítulo 2 narra como Deus mudou o coração de Artaxerxe para que seus propósitos fossem cumpridos, e foi de maneira maravilhosa.
É muito importante ressaltar que Neemias fornece o contexto histórico para o livro de Malaquias, o último livro do A.T.
Esse personagem bíblico é um grande exemplo de liderança que não se corrompeu. E era um líder que orava, exemplo para todos. O livro também fala da restauração da Lei e do templo, só santo concerto, a devida preservação da linhagem davídica, para que tudo estivesse pronto para a vinda do Messias (Dn 9.25).
Já o livro de Daniel é citado por Jesus (Mat 24.15). Há numerosas referências a ele no livro.
Quando Daniel chegou em Jerusalém ainda era um adolescente. Ao ter 80 anos, ele teve aquelas visões dos capítulos 9-12. há pregadores que ainda citam Daniel nessa época cocmo se fosse jovem ainda.
Segundo a crítica, ele viveu no II século a.C., mas eles estão errados, ao duvidar do poder e da presciência de Deus. Absurdo esses homens estudarem a Bíbia e não crerem em sua mensagem.
Segundo a crença, ele descendia do rei  Ezequias (2 Rs 20. 17,18; Is 39.6,7).
O sucesso dele na Babilônia se deve à integridade do caráter, aos dons proféticos, às intervenções de Deus. É um dos últimos profetas do A.T., só menos antigo que os livros de Ageu, Malaquias e Zacarias.
Daniel escreveu seu livro para dar a certeza de que o cativeiro era temporário, e  mostrar a soberania de Deus.
O livro de Daniel usa muitas linguagens simbólicas, visões e sonhos. O estilo literário do livro é apocalíptico. A língua usada foi aramaico e hebraico. O capítulo 1 está em hebraico, e do capítulo 2 até o 7 está em aramaico. O restante do livro retoma a língua hebraica. É um dos mais lidos da Bíblia, e o um dos mais difíceis de entender.
No livro está explicado a ascenção de Daniel e a soberania de Deus nos governos humanos, o Filho de Deus na fornalha, e a estátua do sonho do rei, que foi magistralmente interpretada por Daniel, devido à sabedoria de Deus dada a ele. Como José no Egito Antigo.
Nos capítulos 8-12 ele volta a escrever em hebraico e fala do povo judeu sob o domínio gentio, as “Setentas Semanas”, e do livramento final de Israel.
Daniel fala de um futuro próximo e distante, como de Antíoco Epifânio e o Anticristo.
É o mais breve dos livro dos profetas maiores, é o mais citado no NT; tem o resumo profético mais detalhado dos profetas maiores e o único que fala da data de chegada do Messias (9. 24-27).  também contém bons exemplos de intercessão pelos propósitos de Deus na terra.
Ele também menciona o Messias como “A Grande Pedra”, o Filho do Homem”, o “Messias”, e o “Príncipe”. Em 10. 5-9 é um relato de Cristo pré-encarnado.
Daniel fala com muitos detalhes da “Grande Tribulação”, o “Anticristo”, a “Segunda Vinda de Cristo”, o “triunfo do reino de Deus”, a “ressurreição dos justos e dos ímpios”, e o Juízo Final”. Só Apocalipse fala disso mais que Daniel.
Prosseguindo, o livro de Ageu, um dos livros pós-exílicos do A.T., como Malaquias e Zacarias. Esdras o cita 2 vezes (5.1; 6.14). 
Ageu já era idoso quando Deus o chamou para o ofício profético; tinha entre setenta e oitenta anos. No entanto, fez um lindo trabalho, importantíssimo.
O profeta fez um importante trabalho para incentivar o povo a reconstruir o templo, porque ficaram sem ânimo para construir por causa das perseguições que sofreram devido aos inimigos do povo de Deus ter ficado contra isso.
Ageu entregou quatro concisas mensagens a Josué, Zorobabel e ao povo judeu.
O profeta disse que “a glória da segunda casa seria maior que a da primeira”. O povo não compreendia que os esforços deles faziam parte de algo muito maior do que eles podiam compreender. Ia mais além o plano de Deus. O povo deveria levar uma vida santa e obediente a Deus para esse plano fosse realizado.
Chegamos em Zacarias, filho de Ido, e ele é citado em Neemias 12.16.  Ele era mais jovem que Ageu. O contexto histórico dos capítulos 1-8 é idêntico ao de Ageu. Quando ele escreveu os capítulos 9-14, já estava idoso. Jesus citou sua morte entre o santuário e o altar (Mt 23.25).
Zacarias tinha em mente dois propósitos: nos capítulos 1-8 ele incentiva o povo na construção do templo; em 9-14, ele anima seus compatriotas, pois estavam desanimados pela “demora” do Messias, que, após ter terminado o templo, não havia chegado, mas a profecia era para outra época.
Para entender o livro, é preciso entender que o livro tem oito visões.  As cinco primeiras falam de restauração, as três últimas, de juízo. Ele também fala da rejeição do Pastor-Messias (11.4-17), e a restauraçaõ de Israel (12.10; 13.1,9).
Zacarias é um dos livros mais messiâicos da Bíblia, só perdendo para Isaías, e ele representa a harmonização profética entre os ofícios de profeta e sacerdote, e revela a ironia divina em 11.13.
O prefeta fala do que o Messias iria sofrer nas mãos dos judeus e de várias ações suas: ele entrando no jumentinho (9.9; Mat 13.7); restaurando Israel (9.11; Mc 14.24); seria pastor de ovelhas  (10.2; Mt 9.3) entre outras coisas.
Chegando em Malaquias, veremos também coisas interessantes. Ele era sacerdote e tinha fortes convicções acerca da devoção a Deus; denunciou a adoração hipócrita e mecânica e o roubo dos dízimos e ofertas; os sacerdotes e o povo tinham aprendido sobre a Lei, quando Esdras os ensinou.
O que Malaquias denunciou era semelhante ao que Neemias encontrara quando foi governador (c. 433-425 a.C).
Outra coisa absurda que eles faziam era violar o casamento (2.10-16; Ne 13. 23-28). 
Acredita-se que ele proclamou sua mensagem em 430-420 a.C.
Os judeus repatriados passavam necessidades por  terem se tornado cínicos e teriam questionado a justiça de Deus. Eles haviam se tornado culpados de vários crimes e pecados contra Deus. A desobediència deles impediu as bençãos de Deus.
Malaquias tem seis “pesos” do Senhor e dez perguntas irônicas feitas pelo povo a Deus, e respondidas por ele.
No livro, Deus reafirma seu amor a Israel, repreende os profetas, repreende a Israel e  fala que há um memorial diante dele.
 O debate entre Deus e o povo é na primeira pessoa do singular. Ele também fala de João Batista, e Jesus cita esse livro (Mt 11.7-15; 17. 0-13).
Esses livros mostram que a Bíblia se completa, e um assunto de um livro, leva a outro livro, e há livros que têm um mesmo contexto histórico. É bom saber disso, pesquisar, para melhor compreender a Palavra de Deus.

BÍBLIA,A.T. Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida. Casa Publicadora das Assembleias de Deus,1996.
BEACON. Comentário Bíblico. Tradução Emirson Justino e Degmar Ribas Júnior. 4ª impressão Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

por Mouras Leus



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