Instituto Guttmacher Solicita Verbas para Promover Aborto em Uganda
Dra.
Rebecca Oas
Comentário
de Julio Severo: Dias atrás, publiquei
comentário mostrando como sob pressão do governo dos EUA, manifesta especialmente
com o corte de assistência externa, Uganda cedeu em suas leis nacionais contra
a perversão homossexual e agora as hordas pró-aborto, representadas pelo Instituto
Guttmacher, invadem Uganda para promover a legalização do aborto. O Instituto
Guttmacher é a maior organização de “pesquisa” de aborto dos EUA, ligada à
Federação de Planejamento Familiar, que possui a maior rede de clínicas de
aborto dos EUA.
NOVA IORQUE, EUA, maio (C-Fam) Uma organização de
pesquisa utilizada por políticos e meios de comunicação como uma fonte objetiva
sobre planejamento familiar enviou comunicação de arrecadação de fundos se
gabando de que seu trabalho está mudando o debate sobre o aborto em Uganda, um
país com fortes leis pró-vida.
Dois emails do Instituto Guttmacher pedem
contribuições para ajudá-los a “gerar os dados” para impedir “morte e
complicações desnecessárias” de abortos em Uganda. Eles citam o diretor de uma
organização que trabalha para “avançar justiça social” em Uganda como dizendo:
“Trabalhando com Guttmacher mudou a conversa. Mudamos de uma perspectiva
carregada de valores moralísticos para debates com base em evidências.”
As mortes maternas em Uganda, inclusive as associadas
ao aborto — são elevadas, mas estão diminuindo. O progresso sofre lentidão pela
pobreza e infraestrutura médica insuficiente bem como o número de vítimas da
epidemia da AIDS.
Então, que evidência o Guttmacher encontrou que é tão
convincente para mudar as leis de aborto de Uganda?
Os emails destacam um estudo
de 2013 em que os pesquisadores do Guttmacher quantificaram os custos para
indivíduos e lares de complicações de aborto em Uganda. Eles tentam demonstrar
que abortos “inseguros” e muitas vezes clandestinos têm custos de longo alcance
além das mortes apenas.
A maioria das mulheres relatou efeitos negativos em
sua produtividade, cuidado de seus filhos e economia doméstica. Considerando
que as mulheres foram recrutadas para a pesquisa na base de terem sofrido
complicações que exigem tratamento médico, essas descobertas não são surpresa.
Que o impacto foi mais duro em mulheres mais pobres foi semelhantemente
previsível, e qualquer estudo provavelmente revelaria resultados semelhantes
para mulheres que sofrem de complicações de qualquer doença ou ferimento.
Embora o aborto seja ilegal na maioria dos casos em
Uganda, há algumas exceções nebulosas. Os autores do estudo do Guttmacher não
perguntaram diretamente às mulheres se elas haviam passado por abortos por
opção, legal ou em outro caso, citando estigma generalizado. Em vez disso, eles
usaram um método espontâneo desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde para
classificar as perdas de gravidez das mulheres como espontâneas ou induzidas —
significando que algumas das complicações das mulheres provavelmente foram
resultados de abortos espontâneos que ocorrem naturalmente.
Embora os dados do Guttmacher propositadamente mostrem
o impacto do aborto em indevidos e lares em Uganda, omitem vários outros fatos
importantes. Eles recomendam expandir o acesso à contracepção, mas os dados da publicação
do Guttmacher revelam que apenas 7,6% das mulheres com uma tão chamada “necessidade
não atendida” de contraceptivos em Uganda citam falta de acesso
(que é menos do que a média africana de 8,3%), e só 1% delas cita falta de
conhecimento (menos do que a média africana de 6,1%).
Ainda que o uso corrente dos contraceptivos
aumentasse, mortes de gravidez e parto permanecem um grande problema em Uganda,
que tem um índice de mortalidade de 360 mortes de mulheres para cada 100.000
nascidos vivos, em comparação com 230 nos países em desenvolvimento e 16 nos
países desenvolvidos.
Dados do Instituto de Indicadores e Avaliação de Saúde
mostram que a mortalidade materna está caindo em Uganda, apesar dos efeitos
agravantes do HIV na década de 1990, e que todas as causas estão decrescendo
proporcionalmente. Aliás, o aborto como um subconjunto da mortalidade materna
tem permanecido relativamente estável em recentes décadas.
Resta muito trabalho para se fazer pela saúde das
mulheres em Uganda, e intervenções comprovadas tais como sistemas médicos
fortalecidos, água limpa e bom transporte melhorarão as condições para todos os
ugandenses, inclusive mulheres grávidas. Mas quanto a se contribuir para o
Instituto Guttmacher ajudará no processo, a evidência é inconvincente.
Tradução: Julio Severo
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