CONTO EVANGÉLICO: A GRANDE VOLTA
A
irmã Lurdes era casada há 10 anos. O marido dela trabalhava numa
empresa que fabricava peças para automóveis, perto de Jaboatão.
Era uma mulher de trinta anos, cabelos encaracolados, olhos
escuros,pele negra, e tinha 1,65 de altura. Era uma mulher dócil,
de oração, e era da comissão do Círculo de Oração.
Todo
dia o marido saía para trabalhar, de cinco horas da manhã, e pegava
o ônibus. Todo dia nesse horário. Perto do lugar onde pegava o
ônibus subia sempre alguns colegas, entre eles Mirtes, uma colega de
trabalho, que acabara de entrar na empresa. Que bom era encontrar os
colegas, ir conversando, e, depois, tomar café naquela
transnacional, todo dia. Nosso amigo estava dando as dicas para a
mais nova amiga se dar bem na empresa. Embora fosse treinada, as
dicas eram necessárias, pois dava mais segurança a ela, como se
portar bem nela.
Voltava
às seis da tarde, todo dia, no ônibus da empresa, que passava pelo
bairro. Se conheceram tão bem, com o tempo, que terminaram tendo um
relacionamento. Três meses depois ele foi morar com ela, abandonando
a irmã Lurdes com dois filhos. Infelizmente, as crianças sofreram
bastante com a ausência do pai, aos quais ela dizia que estava
“viajando”. Foi triste, a família desfeita, as tristezas, a
ausência do pai, que, depois de uns meses, começou a visitar eles, e
ficava sem explicar direito a ausência dele. Elas choravam.
Três
anos se passaram, e a irmã Lurdes orava bastante. Algumas amigas da
igreja aconselhavam ela a deixar ele, pois fora traída, e em Mateus
dizia que se o cônjuge for traído, pode casar de novo, era uma
exceção, etc. Ela era daquelas crentes que acreditava tanto na
seriedade do casamento, que mesmo tendo razão em casar com outro,
pois era verdade, nesse caso, não queria abrir mão do casamento.
Tinha dois filhos, não queria outro homem em sua vida, era ruim
demais! Não era assim que se resolvia, preferia orar.
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Você é muito ingênua , Lurdes, ele te traiu, pode casar de novo!,
dizia Gemima, amiga da igreja.
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Prefiro esperar em Deus, ele é fiel, vai me dar vitória! Não acho
certo casar com outro homem, eu sei que é um direito na Bíblia,
nesse caso, mas dentro de mim eu sei que vou ser vitoriosa. Não me
imagino com outro homem, fazer outra vida junto, e eu não sei como
vai ser, minhas crianças vão sofrer, e estarei sendo egoísta,
pensando só em meu bem, e eles sofrendo. Não quero.
Ela
passavao dia orando no círculo de oração, tanto o dela, quanto os
de outras congregações, e até outras igrejas, pois como não dava
para ir sempre para sua congregação, ela ia para uma perto de sua
casa. A dela ela era a azul, a outra, verde. Eram padronizadas. Fez
muitas amizades com as irmãs da igreja verde, que sabiam do seu
drama, e oravam. Ela sabia que ia ter vitória, sentia isso. Quando
seu marido ia ver os filhos, ela tinha uma crise de choro, ao ver
ele. Sabia que fora um laço do Diabo, ele fora avisado, mas se
achava maduro, era presbítero da igreja, e perdera a comunhão com
Deus por causa dessa mulher! Não vigiara.
De
repente, soube que ele estava doente, uma doença mito grave, três
meses e vida, só. A mulher o abandonara por outro amigo seu, na
mesma empresa, e ele entrou em benefício, ficando com sua esposa, a
única que amava ele de verdade, que esperara por ele esses anos. A
luta agora era para Deus o curar, não havia remédio, ia morrer
mesmo. Se reconciliara com a igreja, foi perdoado, “mas o cargo não
ia ter de volta”, disse o pastor. Depois de meses de sofrimento,
chegou quase ao fim da vida, Deus enviou um irmão lá e curou ele.
Foi algo notório. O médico não entendeu nada. Teve de admitir o
sobrenatural. Algumas enfermeiras aceitaram Jesus, e outros
pacientes.
Irmã
Lurdes, depois de três meses, deu um culto de agradecimento, e
convidou as irmãs da igreja verde. Seu marido voltou para o
presbitério, mesmo sem o pastor querer isso, e até outras pessoas
do ministério. Terminaram aceitando o fato, porque foi a vontade de
Deus. Foi linda a festa, e a vitória. Valeu a pena!
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E então, Gemima, diz algo! Não disse que ia ser vitoriosa? Deus é
fiel, eu venci. Vá eu fazer o que você disse!
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É Lurdes, nem sempre a lógica deve ser seguida, você estava certa!
Que vitória né? Serve de lição para mim.
Lurdes,
então, se fortaleceu em Deus mais e mais, e outras irmãs, que
passavam pelo mesmo drama, se fortaleceram em Deus, e tiveram certeza
que iam ser vitoriosas também.
Por Leo Nardus Mouras
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