ISTO TUDO OCORRIA NO TEMPLO CENTRAL

Eu me lembro bem do
restaurantete que tinha no Templo Central, na parte de trás. O
movimento era muito intenso, muita gente ficava lá, conversando o
tempo todo.
O restaurante do
irmão Reginaldo Brás ficava lotado de pastores, que vinham do
interior, e tomavam café, almoçavam, e jantavam. Então, antes
do culto de Santa Ceia e de festas, vinham muitos irmãos para passar
uns dias, e comiam no restaurante do irmão Reginaldo. Com certeza as
despesas eram enormes!
Ali, num box que
ficava bem embaixo do primeiro andar onde hoje ficam as crianças,
havia uma livraria muito movimentada, onde eu passava um bom tempo
lendo livros que eu nunca comprava por falta de dinheiro, pois ainda
era adolescente. O que me salvava era uma biblioteca que ficava do
lado oposto ao da livraria, que tinha como cuidadora uma jovem muito
educada e bondosa. Eu fiquei sócio doando um livro chamado “Força
para viver”, muito famoso na época. Passava horas ali, lendo, e
pedindo livros emprestados que muito me ajudaram. Ao assumir, o
pastor Aílton pôs sua filha como diretora dessa biblioteca, e levou os livros para o Torreão, e os irmãos deixaram de pegar livros emprestados. Segundo foi afirmado,
havia muitas perdas de livros, e não mais poderia ser
emprestados. Mas o que isso pode impedir a igreja de ter sua própria
biblioteca aberta para todos? Na parte de trás do templo, ficava um
irmão engraxando os sapatos dos pastores e outros; passou um bom
tempo trabalhando com isso ali.
O "Parabólica" era um jornal que era apreciado por todo mundo; aparecia de repente, e anunciava tudo o que ocorria, segundo o jornal, nos bastidores. Quando alguém jogava ele próximo ao Templo Central, não tinha para ninguém, todos pegava o seu, pois acabava logo. A notícia corria rápido.
Naquele tempo havia
muitos jovens por aquele corredor, que começava no portão, e ia até
lá dentro, onde uma boa parte ficava azarando as meninas, marcando
encontros e se divertindo, como se estivessem em um parque de
diversão, ou numa festa pagã. Gente descomprometida com Deus e a igreja, e até incrédulos! Nos congressos de mocidade, aquilo
ficava lotado, quase não dava para passar. Nas ceias então…
O templo Central não
era como é hoje. Aquela parte anterior era um pátio, onde, nas
festas, os irmãos lotavam ele e conversavam muito, além dos outros
irmãos que enchiam esse pátio de discos, livros e outros artefatos
evangélicos. A entrada para o templo eram várias portas de madeira
que giravam para abrir. Ali, muitos irmãos ficavam cultuando e vendo
quem estava no púlpito, embora fosse difícil às veze olhar lá
para dentro. O templo ficava lotadíssimo. Em cima era a mesma coisa.
Não havia aquelas salas lá atraś, no primeiro andar, mas um
espaço, como um pequeno pátio, onde a gente subia e ficava olhando
para a rua, a Cruz Cabugá. Em um dos lados dava para ver onde os
jovens passavam o tempo conversando, os irmãos passando para lá e
para cá.
Nas festas,
geralmente, havia almoço, uma multidão ia comer lá atrás, no
prédio, onde eram servidos os pastores e os demais irmãos. Filas
enormes, dezenas de irmãs servindo a comida, que era muita, havia
esse costume da igreja em servir almoço para todos ali no Templo
Central. Hoje só há isso para o ministério, na Escola de Obreiros,
e o dinheiro sai da inscrição que os irmãos lá fazem, pelo menos
uma parte dele. Bons tempos.
O pregador mais
conhecido na época, em Recife, era o irmão André Barbosa, que foi
esquecido, pois saiu da nossa igreja após o pastor Aílton ter
assumido, juntamente com outros, e, segundo disseram, não
concordaram com a assunção do pastor. Não sei porque, pois isso foi chamada de Deus. Tinha uma bela mensagem,
pregava muito. Ali eu vi, muitas vezes, e ouvia falar, pois era
criança na época, dos pastores Geziel Gomes, Hidekazu Takayama, e
Napoleão Falcão, os três maiores pregadores do Brasil daquela
época. Há um áudio de uma mensagem do pastor Takayama, onde ele
fala um pouco de sua chamada. Muito bonita. Teve um fato muito
interessante sobre uma preleção de Geziel Gomes sobre missões,
onde, no final da mensagem, ele pediu para os irmãos doarem uma
oferta para missões. Os irmãos doaram até alianças do casamento,
relógios, cheques, com tão boa vontade, que os pastores ficaram
espantados, pois não havia sido feito até então algo parecido.
Deus usava tanto esse homem, que ele expulsava demônios em nome de
Jesus, curava também, pelo poder de Deus. A gente via muito isso
naquela época.
Alguns cantores se
apresentavam muito na nossa igreja, entre eles, Eliezer Rosa, que
cantava com tanta unção que o fogo caía, e muita gente era
batizada no Espírito Santo, salvas, curadas, e muitos outros milagres ocorriam. Não só
ele, mas Leni Silva, que estava no auge naquela época. Eduardo Silva
E Ziran Araújo eram outros que cantavam muito em nossa igreja. Ela
se vestia de modo tão simples, era tão humilde, e ele um bom
compositor. O cantor que ia muito cantar na Santa Ceia, e foi até
agora há pouco, poucos anos antes de falecer, na gestão do pastor
Aílton. Na Santa Ceia, lá estava Esdras, o cantor que foi
arrebatado ao Céu e viu a “Linda Cidade”, que é tema de um de
seus hinos. Quem estava preparado
para cantar ia ali e cantava, e era uma bênção. Ninguém nem
imagina que nossa igreja ia crescer tanto! Éramos de uma simplicidade
tremenda. Quem viveu aquela época, viveram lindos anos de nossa
igreja, a época de "ouro".
Os irmãos de hoje
pouco sabem disso. Pena que poucos se preocupam em divulgar a história
de nossa igreja, que, por sina,l é muito linda. Brevemente escreverei
mais.
Por Mouras Nardus
Por Mouras Nardus
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